Por Marcelo Cavalcante
Diante de uma história repleta de glórias, o torcedor do Sport tem o privilégio de ser amigo do tempo. Na sua mente e seu no coração estão as marcas das conquistas, que jamais se apagaram. Os anos podem passar e tudo renasce. É revivido. Privilégio de quem ama as cores rubro-negras. Hoje, 7 de fevereiro, é mais um dia para mexer com a memória, sacudir o coração. Em 1988, há exatos 36 anos, o Leão conquistava uma das taças mais importantes da sua história: a do título de Campeão Brasileiro de 1987. É curioso lembrar que o título foi conquistado na temporada seguinte à sua realização. Um lapso temporal de um futebol que tinha mais de 12 meses por ano. Mas o que importava para o torcedor rubro-negro é que a famosa e tão desejada taça das bolinhas ficou na Ilha do Retiro. E a alegria segue viva. Como se tudo acontecesse hoje. E será amanhã e sempre.
Uma alegria que transborda de geração para geração. Quem esteve na Ilha do Retiro naquela tarde/noite de domingo jamais esquecerá como foi tensa aquela decisão contra o Guarani-SP. O Leão e o Bugre já haviam se enfrentado durante o ano decisão do Módulo Amarelo, que foi marcada pelo desgaste físico e emocional dos atletas, que travaram um duelo nas quase infindáveis cobranças de pênaltis. Os dias se arrastaram e o torcedor precisou ter paciência com as brigas jurídicas de adversários que não queriam o cruzamento dos módulos do campeonato nacional, algo determinado pelo regulamento da competição na época.
O Rubro-negro esperava com paciência, mas com o sorriso no rosto tamanha era a confiança pelo título. Até que chegou o grande dia. O Sport fez parar o tempo em Recife ao pisar no gramado para a decisão. Ilha do Retiro estava lotada de apaixonados não sentiam o peso do tempo. Mas que também estavam nervosos ao verem um duelo truncado. A marcação se sobrepunha ao ataque. Que jogo tenso, amigos! Mas a alegria explodiu com as cores rubro-negras aos 19 minutos do segundo tempo, quando o zagueiro Marco Antônio se antecipou aos defensores bugrinos e acertou uma cabeçada fulminante. O gol da vitória. O gol do título!
Quem não estava na Ilha do Retiro (e nem neste mundo) carregam o orgulho dessa conquista. E nada impede que eles se permitam a esse sentimento, como se estivessem presentes no estádio naquele 7 de fevereiro. Afinal, tudo se transforma em elo para uma nação de apaixonados. Pois o torcedor do Sport ama a sua história e não apenas um recorte do tempo. Durante as mais de três décadas houve quem quisesse desvalorizar o feito do Leão e protagonizasse brigas judiciais. Em vão. A história escrita em 1987/1988 não mudou. O efeito desse imbróglio tornou a memória está ainda mais viva e o Leão, mais forte. Rugindo alto. E nada é capaz de tirar a taça erguida pelo capitão Estevam, ao final daquela partida inesquecível, da sala de troféus da Ilha do Retiro. O título de campeão brasileiro de 1987 é eterno. É do Leão.
Pelo Sport Tudo!
Parabéns a todos os campeões brasileiros de 1987.
Ficha técnica do Jogo Inesquecível:
Sport – Flávio, Betão, Estevam, Marco Antônio e Zé Carlos Macaé; Rogério, Zico e Ribamar (Augusto); Robertinho, Nando e Neco. Técnico: Jair Picerni.
Guarani – Sérgio Neri, Gil Baiano, Luciano, Ricardo Rocha e Albéris; Paulo Isidoro, Nei (Carlinhos) e Boiadeiro; Catatau (Mário Maguila), Evair e João Paulo. Técnico: José Luiz Carbone.
Local: Ilha do Retiro
Data: 07/02/1988
Árbitro: Luís Carlos Félix Ferreira (RJ)
Assistentes: João Batista Byron (RJ) e Luiz Antônio Barbosa Lima (RJ)
Gol: Marco Antônio, aos 19 minutos do segundo tempo.