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A NOSSA História

“O Sport, meus amigos, será um autêntico campeão, pois nasceu sob o signo da valentia e dele jamais se apartará”.
Guilherme de Aquino Fonseca, 29/04/1906.

A história mostra, ano após ano, que a frase do idealizador, fundador e patrono Guilherme de Aquino tinha ares de profecia. O Sport Club do Recife nasceu e nunca deixou de ser em seus anos de existência “um autêntico campeão”. Uma história de valentia talhada por vitórias e títulos. São mais de 70 títulos oficiais conquistados pelo futebol profissional e mais algumas centenas com as categorias de base e com as modalidades olímpicas.

Guilherme de Aquino – Fundador

Chegada de Guilherme da Inglaterra e o sonho de criar um clube com os esportes bretões em Recife.

Reprodução IA

No início do século XX, o cenário esportivo do Recife era dominado pelo remo e pelo turfe, este último em declínio. Nesse contexto, a chegada de Guilherme de Aquino Fonseca, em 1903, marcou o início de um novo tempo desportivo para a capital pernambucana.

Descendente de ingleses, ele foi estudar na Inglaterra como era de costume à época, no ano de 1898 com seus 13 anos. Estudou por cinco anos na Hooton Lawn School, onde se formou em comércio, teve contato com o futebol e outros esportes britânicos como críquete, rúgbi e tênis.

Pois se tinha um costume de que cada turma selecionava seu time de alunos para além das aulas acadêmicas se ter aulas práticas de diversos esportes locais e usavam cores diversas para representá-las nos jogos internos. A turma que Guilherme estudava tinha a cor das camisas rubro-negras com listras horizontais.

O sobrinho-neto de Guilherme, o Sr. Frederico Fonseca, em depoimento à TV Sport, no dia 25 de abril de 2024, contou que seu tio-avô por ter gostado da cores rubro-negras das camisas de sua turma e querer recordar onde ele tinha estudado e adquirido as práticas dos esportes bretões, comprou as camisas e que ao criar o Sport quis utilizar a mesmas camisas de sua antiga turma, pois iria marcar para sempre as origens do clube.

Ao retornar para o Recife em 1903, Guilherme de Aquino Fonseca com seus 18 anos, trouxe consigo não apenas materiais para o futebol. Trouxe também apetrechos de outras modalidades; Bolas de tênis, raquete de tênis, de críquete entre outros.

Guilherme de Aquino Acervo Pessoal / Sport Club do Recife Guilherme de Aquino, com 14 anos na Hooton Lawn School, Hooton, Cheshire, Inglaterra no dia 08.11.1899.

A ideia não era apenas introduzir o futebol e os “esportes bretões” na capital pernambucana, era criar um clube que praticasse esses esportes, buscando suprir a apatia esportiva da cidade.

A prática do esporte, portanto, representava para os jovens recifenses uma consagração social, elevando seu status perante a elite local, que acompanhava as transformações urbanas, industriais e bancárias que o Recife vivenciava.

Inicialmente, enfrentou resistências. Alguns jovens, apesar de terem tido contato com o futebol na Europa, não o praticavam por oposição familiar ou receio das reações da sociedade, que considerava o esporte “ridículo, violento e de loucos”.

Então Guilherme conseguiu reunir alguns amigos e começou a ensinar as práticas do futebol, rúgbi e críquete, além do remo e atividades aquáticas, com “ensaios” treinos ao lado do Casarão da Ilha do Retiro, até então residência de seus pais.

Buscou apoio na comunidade inglesa do Recife, formada por funcionários das empresas Great Western (ferrovias) e Western Telegraph (cabos telegráficos) alguns bancos estrangeiros instalados no Recife, que já praticavam futebol informalmente em seus quintais de muros altos. Essa aproximação foi crucial para o desenvolvimento do esporte na cidade. Esses “ensaios” contra os ingleses ocorreram na Campina do Derby, atraindo a curiosidade da sociedade mesmo com quadros incompletos de ambas as partes.

Guilherme de Aquino aos 19 anos. Arquivo Sport Club do Recife

Em 1904, Guilherme conseguiu reunir os primeiros “onze” e organizou uma partida em caráter particular e de experiência contra um time de funcionários da Western Telegraph. O resultado não foi registrado, mas o evento marcou o pontapé inicial do futebol pernambucano mesmo não sendo uma partida oficial.

Guilherme, agora com seus 20 anos em 1905, continua as reuniões na Ilha do Retiro com seus amigos e ganhando o apoio também de alguns estudantes da Faculdade de Direito e decidem acertar a fundação do SPORT CLUB RECIFE, mas antes como vimos no anúncio do Jornal Pequeno do dia 06 de maio, já anunciava que o diretor de esporte terrestres Guilherme de Aquino Fonseca fez um convite a todos os “footballers”  para prestigiarem o primeiro “ensaio” treino do futebol do SPORT CLUB RECIFE daquele ano.

Jornal Pequeno (PE) - 06.05.1905

Fundação

As reuniões que antes eram na Ilha do Retiro, as sombras do sapotizeiro, agora aconteciam na Casa Metrópole, estabelecimento comercial de Guilherme, localizado na antiga Rua do Barão da Victoria, número 10, como é encontrado nos anúncios do estabelecimento nos jornais da época.

Diario de Pernambuco - 05.08.1904
Reprodução Lenach, Artes e Antiguidades

Na parte da manhã de um sábado, mais exatamente a do dia 13 de maio de 1905, na Casa Metrópole Guilherme e seus amigos decidem fundar o Sport Club Recife, mas não achando digno que a fundação de um clube fosse consolidada nos fundos de um estabelecimento decidem ir na sede da Associação dos Empregados do Comércio de Pernambuco, e nos salões foi fundado o Sport Club Recife.

Onde estavam presentes vários sócios fundadores, mas assinaram a ata apenas o presidente e os dois secretários. Ficou a cargo de Guilherme de Aquino e alguns diretores formar o estatuto com as normas do clube até a próxima assembleia marcada para o dia 28 do mesmo mês. 

Panorama do bairro de São José, Recife no dia 28 de Maio de 1905. - Manoel Tondella

No dia 28 foi apresentado o nosso primeiro estatuto e com isso os outros sócios-fundadores assinaram totalizando 23 presentes na segunda assembleia. Também foi formada a primeira diretoria do Sport, com a seguinte formação:

‘’Presidente – Elysio Alberto Silveira, Vice-presidente – Boaventura Alves Pinho, 1º Secretário – Mário Sette, 2º Secretário – Frederico Rúfilo de Oliveira, Tesoureiro – Oscar Torres, Procurador – Alberto Amorim, Diretor de Esportes Terrestres – Guilherme de Aquino Fonseca, Diretor de Esportes Marítimos – Paulino de Miranda, Diretor da Tuna Musical – Carlos Meneses.’’

Ficou decretado que outros membros que não puderam estar presentes nestas primeiras reuniões, mas que contribuíram e participaram indiretamente ou até diretamente com a fundação do clube, assinassem depois como sócio-fundador chegando a um total de 67 sócios-fundadores.

…“Analisando o primeiro estatuto do Sport… , em seu artigo quarto parágrafo único está escrito: “Todo cidadão que pertencer a qualquer Associação, que tenha Sport Marítimo, não poderá pertencer ao Sport Club Recife…”  Trecho do Livro “Futebol e Modernidade no Recife dos primórdios do século XX”. Eduardo José Silva Lima 
 
Ata da segunda assembleia, onde foi apresentado nosso primeiro estatuto. Arquivo Sport Club Recife.

A Primeira vez a gente não esquece

Em 29 de abril de 1906, o Sport Club do Recife alcançou sua primeira vitória. O confronto foi contra o Western Telegraph, uma equipe formada por funcionários de uma companhia inglesa em Recife. Nesse histórico encontro, o gol da vitória rubro-negra foi marcado por Fellows, solidificando o início triunfante do clube no cenário esportivo.

Primeiros Títulos

Em 1916, o Sport conquistou seu primeiro título estadual logo em sua estreia na Liga Sportiva Pernambucana, vencendo o Santa Cruz por 4×1 com destaques para Lalor Motta e o reforço do zagueiro Paulino do América-RJ.

O clube manteve a forma no ano seguinte, alcançando o bicampeonato com a ajuda do atacante Ciro Werneck, ex-Botafogo, batendo novamente o Santa Cruz por 3×1.

Em 1919, uma excursão pioneira para Belém resultou na conquista de um troféu que inspirou o escudo do clube, caracterizado por um leão, simbolizando força e liderança.

Entre 1918 e 1937, o Sport sediou seus jogos no Campo da Avenida Malaquias, uma infraestrutura adquirida do Fluminense, que se tornou o primeiro estádio do clube.

A Ilha do Retiro

A Ilha do Retiro, oficialmente conhecida como Estádio Adelmar da Costa Carvalho, é um marco histórico para o Sport Club do Recife e seus torcedores. Inaugurada em 4 de julho de 1937, a Ilha do Retiro não só serve como o coração pulsante do clube, mas também como um palco de importantes momentos esportivos e culturais de Pernambuco. O estádio recebeu seu nome em homenagem a um dos presidentes mais emblemáticos do clube, Adelmar da Costa Carvalho, que liderou o Sport durante anos gloriosos nas décadas de 1950 e 1960.

Com uma capacidade que ultrapassa 30.000 espectadores, a Ilha do Retiro presenciou numerosas conquistas e partidas memoráveis, solidificando seu lugar não apenas na história do futebol brasileiro, mas também como um local de profundo significado emocional e cultural para a torcida do Leão.

Décadas de 40 a 60

Em pé: Miltão; Baixa, Bibiu, Gílson, Valter e Altair. Agachados: Dema, Zezinho, Tonel, Soares e Fernando Lima.

As décadas de 40 a 60 foram períodos de significativo desenvolvimento e sucesso para o Sport Club do Recife. Durante os anos 40, o clube consolidou sua posição de destaque no futebol pernambucano, conquistando vários títulos estaduais e fortalecendo sua infraestrutura. A década também foi marcada pela inovação nos treinamentos, com sessões na praia sob a orientação de técnicos estrangeiros, uma prática pouco comum na época que ajudou a melhorar o desempenho dos jogadores.

Nos anos 50, o Sport celebrou seu cinquentenário com chave de ouro, conquistando o Campeonato Pernambucano em 1955, sob o comando do técnico Gentil Cardoso. A equipe dessa era era conhecida por sua força e coesão, consolidando a reputação do clube como um dos principais times do Nordeste.

A década de 60 trouxe desafios, oportunidades e a glória maior. O Sport participou de seu primeiro torneio internacional, a International Soccer League de 1963 em Nova York, marcando sua presença no cenário futebolístico internacional. Apesar de não vencer, a experiência trouxe visibilidade e prestígio ao clube. E a década de 60 não poderia terminar da melhor maneira para o Maior do Nordeste. O Sport conquistou o seu primeiro título Nacional regionalizado com o Torneio Norte-Nordeste da CBD em 1968, o Brasileirão do Norte, superando o Remo em duas partidas decisivas. Afirmando sua supremacia nacional e fechando a década com uma nota de triunfo máximo.

O Fim do Jejum de Títulos Estaduais

Em 1975, o clube quebrou outro período sem títulos estaduais, emergindo vitorioso no Campeonato Pernambucano com o aclamado “Supertime da Ilha”. Destaca-se também a épica partida contra o Náutico, que se estendeu por 158 minutos de jogo, onde o Sport sagrou-se campeão após uma intensa sequência de prorrogações.

Time base: Tobias; Marcos, Pedro Basílio, Alberto e Cláudio Mineiro; Luciano, Assis Paraíba, Garcia e Perez; Dario e Miltão.
Em pé: Pais, Antenor, Cícero, Jaime, Romero e Merica. Agachados: Edu Bala, Jorge Campos, Edson, João Carlos e Givanildo.

Década de 80

A década de 80 foi marcada por sucessivas conquistas estaduais, começando com uma vitória sobre o Santa Cruz. Nos anos subsequentes, o Sport continuou sua série de triunfos no Campeonato Pernambucano, incluindo um tricampeonato obtido após um jogo difícil contra o Central. No entanto, 1983 foi um ano de luto também para o clube, com a perda do lateral Carlos Alberto Barbosa durante uma partida, um momento trágico na história do clube.

1987 é o ano do Sport

O título do Campeonato Brasileiro de 1987 representa um dos momentos mais gloriosos e celebrados na rica história do Sport Club do Recife. A jornada até a final foi marcada por desafios intensos, culminando em dois confrontos decisivos contra o Guarani. O primeiro jogo, disputado em Campinas, terminou em empate por 1 a 1. A grande final, realizada na Ilha do Retiro, viu o Sport triunfar com um gol decisivo de Marco Antônio, selando a vitória por 1 a 0 e garantindo o título nacional para o clube. Este triunfo não apenas reafirmou a força e competência do Sport no futebol brasileiro, mas também solidificou seu lugar no coração dos torcedores como um verdadeiro campeão, celebrado por sua determinação e espírito vencedor.

A conquista de 1987 é um marco que continua a inspirar e orgulhar a nação rubro-negra, refletindo o espírito de luta e a paixão pelo futebol que define o Sport Club do Recife. A vitória naquele campeonato é relembrada não apenas como um sucesso esportivo, mas como um momento de união e celebração para todo o clube e seus torcedores. Ela simboliza a habilidade do Sport de se superar nas adversidades e de competir com grandeza no cenário nacional, elevando o clube a um patamar de prestígio e respeito no futebol brasileiro.

Em pé – Zé Carlos Macaé, Betão, Estevam Soares(C), Flávio, Marco Antonio, Rogério e Cláudio. Agachados – Robertinho, Ribamar, Nando, Augusto, Zico e Neco.
Em pé – Zé Carlos Macaé, Betão, Estevam Soares(C), Flávio, Marco Antonio, Rogério e Cláudio. Agachados – Robertinho, Ribamar, Nando, Augusto, Zico e Neco.

Década de 90

Na década de 90, o Sport marcou seu retorno à elite do futebol brasileiro conquistando o título da segunda divisão nacional em 1990, superando o Atlético Paranaense na final. Nos anos seguintes, o Sport dominou o cenário estadual, iniciando um período de conquistas consecutivas do Campeonato Pernambucano de 1996 a 2000. Em 1996, o clube venceu um campeonato acirrado, seguido por uma série de vitórias menos contestadas em 1997 e 1998, culminando com uma campanha invicta em 1999. Em cada uma dessas temporadas, o Sport demonstrou superioridade técnica e tática, consolidando sua reputação como uma força dominante no estado.

A História Recente do Sport

A década de 2000 começou com o Sport alcançando o pentacampeonato Pernambucano, superando o Santa Cruz em finais emocionantes que reforçaram a rivalidade entre os clubes. O auge veio em 2008, quando o Sport conquistou a Copa do Brasil, seu terceiro título nacional, garantindo uma vaga na Taça Libertadores da América de 2009. Durante a campanha, o Sport eliminou equipes tradicionais e fortes, como Internacional, Palmeiras e Vasco, com Romerito destacando-se como artilheiro do torneio. Esta vitória não apenas elevou o status do clube nacionalmente, mas também fortaleceu seu papel como um dos principais representantes do futebol do Nordeste no cenário brasileiro.

Kássio, Luciano Henrique, Dultra, Carlinhos Bala, Magrão, Igor, Daniel Paulista, Sandro Goiano, Diego, Leandro Machado e Durval (C).