Por Marcelo Cavalcante
Há exatos dez anos o Sport perdia um dos seus mais ilustre torcedores. Ariano Vilar Suassuna nasceu em João Pessoa, em 1927, mas desde os 15 anos veio morar no Recife. Virou Pernambucano de coração. E partir daí nutriu sua paixão pelo Sport Club do Recife. Daqueles ferrenhos, de não perder um jogo. Vibrar com cada jogada, gritar com cada gol, emocionar-se com cada título conquistado. Ficar triste com cada derrota. Mas jamais deixar de amar as cores rubro-negras do Leão da Ilha do Retiro.
Ariano sempre esbanjou com orgulho a paixão pelo Sport. Nas palestras que fazia, exaltava essa paixão. Nas entrevista que concedia para a imprensa, sobre qualquer assunto, a equipe de reportagem pedia para ela testar o som. Ariano não titubeava: “Eu amo o Sport Club do Recife”. Numa das icônicas entrevistas que concedeu em sua casa, Ariano rebateu o jornalista André Galindo, que citava o Náutico como referência ao trabalho nas divisões de base: “Quando quiser elogiar o Náutico, escolha outra casa”. Todos caíram na risada.
Autor de obras indispensáveis no universo da literatura brasileira, como o Uma mulher vestida de sol, Auto da Compadecida e Romance da Pedra do Reino, Ariano foi homenageado pelo Sport em 2013, quando a frase marcante sua foi estampada na camisa oficial do Leão: “Felicidade é torcer pelo Sport”. Nas inúmeras vezes em que esteve na Ilha do Retiro, Ariano Suassuna usou camisa vermelha e um casaco preto, o que ele definia como “traje Sport fino”. No ano passado, o Leão fez uma homenagem ainda maior, elaborando o design do terceiro uniforme semelhante a sua roupa preferida.
Ariano Suassuna está na memória do povo como um dos maiores escritores que o país já viu. Homem inteligente, sagaz, educado. A sua obra o eterniza. Assim como o seu amor pelo Leão. Ariano redefiniu a felicidade. E encheu o orgulho todas as gerações de torcedores do Sport.
Viva, Ariano!