Pronto para ser iniciado definitivamente após a Copa São Paulo, o calendário de competições de base no Brasil também foi paralisado devido às exigências de isolamento social para combater a pandemia do Covid-19. O Brasileiro Sub-17 havia acabado de começar, enquanto o grupo do sub-20 preparava-se para estrear na Copa do Brasil da categoria – tendo o anúncio de pausa oficial sido feito a dois dias de entrar em campo.  O sub-13 vivia a preparação final de avaliação de elenco e dois atletas do sub-15 estavam em período de treinos representando a Seleção Brasileira.

Esse foi o caso especificamente de Kawê, goleiro do Leão convocado, que passava os primeiros dias integrado na Granja Comary, no Rio de Janeiro. O período, agendado para dez dias, teve seu final antecipado.

“Todos estamos passando por um momento complicado. Ficar sem o futebol também não é legal. Pessoalmente, tive um grande sonho que acabou sendo atrapalhado, que foi nosso período na Seleção. Creio que tudo voltará ao normal. É um problema do mundo, mas não podemos parar totalmente. Mesmo em casa, sigo treinando, seguindo uma cartilha e tentando me manter em forma.”

Separar um tempo da quarentena para treinar em casa é um padrão entre os Leões da Base, que esperam um retorno direto aos gramados devido ao provável achatamento de datas. Com isso, voltar em forma será primordial.

“Mantenho cumprindo as normas do isolamento social, mas estou treinando de segunda a sábado sozinho. Só dou uma folga a mim mesmo no domingo. O Pingo [preparador físico do sub-17] fez uma cartilha e estou fazendo tudo que ele orientou”, comentou o zagueiro Nasson.

Destaque rubro-negro na conquista do título pernambucano sub-20 no ano passado e na participação da Copinha neste, o arqueiro Túlio segue com a rotina conjunta entre o futebol e os estudos. No entanto, dentro de casa.

“A rotina é em casa me prevenindo, saindo só quando necessário: indo à farmácia ou supermercado. Acordo, tomo meu café da manhã, estudo um pouco e depois do almoço procuro jogar alguma coisa, ver algum vídeo. Faço também meu exercício diário, cumprindo a cartilha que o preparador físico Leandro Duda passou. De noite tenho aula por videochamada da faculdade. Termino o dia com alguma série ou filme.”

Companheiro de Túlio na defesa do time sub-20, o zagueiro Pedrão está longe do Recife. Na cidade de Santa Terezinha, situada no Sertão do Pajeú e a mais de 400 quilômetros da capital. Os dias sem o futebol estão menos agitados do que o defensor gostaria.

“É um pouco difícil, você acaba acostumado a rotina de jogar e treinar todos os dias e eu sou o tipo de pessoa que não gosta de ficar quieta. Procuro estar vendo séries e ajudar meus pais em casa e no sítio. É preciso manter o foco. Quarentena não é férias, temos que nos prevenir e, como atletas, seguir cuidando do nosso corpo, trabalhando o físico do modo que for possível.”

O meio-campista Ítalo é outro que vive seus dias em casa. Um dos vários nordestinos que atuam na base rubro-negra, o volante encontra-se com a família em Junqueiro, cidade metropolitana do agreste alagoano.

“Para quem ama o futebol essa é uma situação bem delicada, ruim de estar longe, sem trabalhar no campo, junto à comissão e aos companheiros. Estou tentando me adaptar, treinando em casa, me dedicando a cartilha passada pelo Leandro Duda quase todos os dias da semana. Vestir e honrar a camisa do Sport é uma das coisas mais importantes da minha vida, vou contando os dias para esse vírus ir embora e retornarmos bem.”